domingo, 31 de outubro de 2010

Review - Korzus Discipline of Hate

Lá pela metade dos anos 90 durante minhas andanças pela galeria do rock, com um punhado das novas moedas brasileiras, procurando novos sons de metal e boas ofertas em camisetas de bandas, tive a grata surpresa de descobrir o Korzus com uma cópia em cassete Basf do Mass Illusion. Gostei do som e coloquei na minha lista de observação de bons representantes nacionais do metal. Fiquei sabendo também que "aquele baixinho que tá passando ali na frente é o Pompeu vocalista do Korzus", e que "brother, os caras já tem 10 anos de estrada, bacana não?". Essas eram as tardes de galeria. Bons tempos.


Os anos se passaram, a formação mudou algumas vezes, os caras tocaram no Monsters ao lado de nada menos que Slayer e Megadeth e de repente não tive mais nenhuma notícia dos caras a não ser quando o Golfetti jogava no Rock Gol da MTV. Quando vi em uma loja especializada o Dicipline of Hate vieram todas as lembranças descritas acima como um turbilhão e fiquei feliz por os caras terem lançado um novo trabalho. Só que o nó cego aqui foi perguntar sobre o "novo álbum" dos caras e, tomou uma na testa quando o vendedor informa que eles já haviam lançado o Ties of Blood em 2004 e que o Discipline não é o novo trabalho. Depois disso fiquei achando que a falta de notícias foi mais um descuido meu, então decidi que Ties of Blood será o próximo disco a ser ouvido (e já me disseram que é muito bom).


Deixando a nostalgia e os micos de lado, achei o Discipline of Hate um álbum excelente e de muito bom gosto. Guitarras ferozes a la Bay-Area com excelentes riffs, bateria agressiva sem exageros e um bumbo duplo excelente, tempo muito bem cadenciado e além do bom vocal do Pompeu. Um trabalho de estúdio muito bem feito. Sinceramente me impressionei bastante com o álbum a ponto de gostar da maioria das faixas mas recomendo a faixa homônima Discipline of Hate, Truth (que deve ser a faixa de trabalho dos caras - clipe disponível no Youtube), Raise your Soul e Hipocrisia. Aliás o set list em português e inglês é outro fator que me agrada no Korzus, e na minha opinião demonstra criatividade e coragem já que poucos o fazem. 


O álbum me entusiasmou tanto que resolvi dar uma sapeada nos review de nossos concorrentes gringos. De três reviews que li, dois falavam bem sendo que um achava que esse era o álbum debut da banda. O review negativo colocava a banda como sendo uma apropriação de sons do Exodus, Machine Head e Sepultura. Eu simplesmente não entendo o que os gringos esperam ao ouvir uma banda nacional de thrash metal. Acho que esperam um novo fenômeno como o Sepultura a cada banda brasileira que ouvem, e ignoram as dificuldades de massificação e financiamento do gênero em terras brasilis.  


Espero ter uma surpresa mais agradável ainda com o Ties of Blood mas acho difícil. Estou certo em dizer que colocaria o álbum entre as 3 melhores surpresas do ano. Se hoje voltasse às minhas andanças na galeria e encontrasse novamente um dos integrantes da banda diria um grande obrigado pelos serviços prestados.


Hail to Heavy Crew, 
Stein

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